Champions League

Real consegue virada inacreditável sobre o City e está na final da Champions

Com gols nos acréscimos, espanhóis vencem na prorrogação

Benzema, de pênalti, marcou o gol da virada já na prorrogação
Benzema, de pênalti, marcou o gol da virada já na prorrogação |  Foto: Reprodução/Redes Sociais
 

O Real Madrid está na final da Champions League. Após perder o jogo de ida para o Manchester City por 4 a 3 fora de casa, o time espanhol perdia novamente nesta quarta (4), agora no Santiago Bernabéu, até os 90 minutos - mas com gols aos 45 e 47 da segunda etapa, virou o jogo e levou a disputa para a prorrogação, onde contou com gol de Benzema para conseguir uma classificação inacreditável.

Contrariando o que era esperado, foram os Sky Blues que começaram propondo o jogo. Tocando a bola e rondando a área de ataque, os visitantes evitavam a blitz inicial por parte dos donos da casa. A tática deu certo, e os merengues pouco tocaram na bola nos primeiros três minutos.

No entanto, a primeira chance de perigo foi do Real. Em contra-ataque puxado aos 5 minutos, Vinicius Junior foi acionado pela esquerda e fez bonita virada de jogo para Carvajal na direita. Ele cruzou na área e encontrou Benzema sozinho, que cabeceou por cima do gol. 

Aos 7 minutos, princípio de confusão. Casemiro derrubou De Bruyne com uma tesoura por trás. O time do City, liderado por Laporte, cercou o juiz pedindo o cartão vermelho, enquanto Modric foi discutir. Ambos trocaram empurrões e, posteriormente, foram punidos com o cartão amarelo. O brasileiro saiu ileso pela falta.

O Madrid não conseguia emplacar uma pressão pelo primeiro gol, visto que o City fazia de tudo para ficar com a bola. Fazendo a marcação de "bobinho", sem pressa, os ingleses apenas rodavam a bola à espera de espaços para infiltrar na zaga espanhola. 

Aos 15, depois de manter a posse por alguns minutos, De Bruyne recebeu na intermediária, levou para a perna esquerda e chutou forte para defesa tranquila de Courtois. Mesmo com a superioridade tática em campo, o técnico Pep Guardiola gesticulava muito com seus jogadores na beira do campo.

O Real reagiu aos 17 minutos. Em bola alçada na área, Benzema dominou e a zaga cortou parcialmente. A bola caiu nos pés de Vinicius Junior, que ajeitou com o peito e bateu de canhota, mas pegou muito embaixo e acabou mandando pela linha de fundo. 

Mantendo a superioridade do seu jogo, o City ficou muito perto de abrir o placar. Aos 19, Bernardo Silva foi lançado por Kevin De Bruyne, invadiu a área, ganhou de Casemiro na velocidade e chutou de direita, exigindo grande defesa de Courtois, que espalmou para escanteio. 

A equipe de Manchester seguia na pressão. Em bola cruzada na área, Mahrez desviou de casquinha e fez a bola chegar em De Bruyne, que ajeitou para o meio, na entrada da área. Gabriel Jesus chegou batendo de primeira e mandou à esquerda da baliza de Courtois, tirando tinta do ângulo.

O jogo ficou um pouco mais truncado, com muitas recuperações de bola na região central e menos oportunidades de gol. A tensão aumentava à medida que o tempo passava, já que a torcida pressionava pelo gol que igualaria o placar agregado - mas o City seguia superior dentro da partida.

Aos 39, Phil Foden recebeu na intermediária e arriscou de perna trocada , de longe, forçando Courtois a fazer mais uma boa defesa, voando no cantinho para espalmar. Além de dominar a posse de bola, o City também tinha as melhores chances dentro do confronto.

Em mais um contra-ataque, o Real Madrid tentou responder aos 42. Benzema foi lançado em profundidade, invadiu a área e, cara a cara com o goleiro Ederson, bateu para fora. No entanto, o VAR mostrou que o atacante francês estava em posição de impedimento.

O primeiro tempo chegou ao fim com o jogo sob controle para os visitantes - que carregavam a vantagem após vencer o jogo de ida por 4 a 3. No entanto, o Real Madrid, maior vencedor da competição com 13 títulos, não pode ser dado como morto em nenhum momento. Faltavam apenas 45 minutos.

Segundo tempo

Apesar da má atuação no primeiro tempo e da necessidade de vencer, o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, voltou para a etapa complementar sem alterações. Por outro lado, a postura pareceu bem diferente com uma chance claríssima de gol logo no primeiro lance.

Em jogada ensaiada na saída de bola, Toni Kroos lançou para Carvajal na ponta direita. Ele cruzou rasteiro e a bola passou por Benzema, chegando em Vinicius Junior, livre no segundo pau. Desequilibrado, ele tentou o chute de canhota e pegou torto, mandando para fora.

O Real enfim conseguia pressionar em busca do gol. O City, seguro na primeira etapa, já começava a bater cabeça no sistema defensivo. O time da casa insistia em jogadas pelos lados, abusando dos cruzamentos. A bola ficava viva dentro da área, mas o ataque pecava na hora da definição.

Em duas oportunidades, Aos 8 e aos 11, Vinicius Junior recebeu em profundidade, invadindo a área, mas foi desarmado no momento da finalização. O mesmo aconteceu com Modric, aos 10. O Real era outro time na segunda etapa - e a mudança refletia nas arquibancadas, bem mais agitadas.

Vini Junior seguia dando um baile em cima do lateral Kyle Walker. Em mais uma boa jogada individual, aos 14, ele disparou pela linha de fundo e cruzou, mas Laporte cortou de cabeça antes que a bola chegasse no artilheiro Benzema. A pressão dos donos da casa seguia intensa.

Aos 22 minutos, Ancelotti sacou o volante Toni Kroos para colocar o atacante brasileiro Rodrygo. Era o sinal de que o Real estava partindo para o tudo ou nada. Com pouco mais de 20 minutos a serem jogados, o City tentava desacelerar a partida para evitar a pressão dos merengues.

Quando tudo indicava uma reta final tensa para os ingleses, Mahrez simplificou tudo. Aos 28, após jogada trabalhada, Bernardo Silva disparou pela intermediária e rolou na direita para o argelino soltar uma bomba de canhota, entre Courtois e a trave, e deixando o City muito perto da decisão da Champions.

O gol desestruturou completamente o Real Madrid. O time espanhol passou a subir ao ataque de forma desorganizada, permitindo contra-ataques com muito espaço para os visitantes. A 10 minutos do apito final, o time de Guardiola sabia exatamente o que fazer para controlar o jogo até o fim.

Aos 40, foi o time de Manchester que quase marcou outra vez. Após rodar todo o campo, a bola chegou para João Cancelo, que soltou um míssil de trivela, cruzado, parando em defesaça de Courtois. O Real não esboçava reação, aparentando já ter aceito a eliminação.

Aos 41, Grealish foi lançado pela esquerda, invadiu a área e tocou na saída do goleiro. O zagueiro brasileiro Éder Militão cortou praticamente em cima da linha. No lance seguinte, novamente com Grealish, em chute cruzado, Courtois desviou com a ponta do pé esquerdo e a bola saiu triscando o pé da trave.

O Real Madrid acordou no fim e conseguiu arrancar o empate. Aos 45, Camavinga cruzou no segundo pau para Benzema. O francês escorou para o meio e Rodrygo se antecipou ao goleiro Ederson para empurrar para o gol. O sonho estava vivo e o Real se mandou para o ataque.

A história se repetiu. Na raça, ressurgindo das cinzas, os merengues conseguiram de novo. De forma inexplicável, aos 47 do segundo tempo, Carvajal cruzou na área, Valverde desvia e Rodrygo, de novo, cabeceia para as redes. Festa no Bernabéu. O jogo se encaminhava para a prorrogação.

O terceiro gol de Rodrygo quase saiu aos 49. Ele recebeu enfiada de bola de Benzema, invadiu a área pela direita e chutou cruzado, quase sem ângulo, sendo bloqueado pelo goleiro Ederson. Pane no sistema defensivo do City, que agora já rezava pelo apito final para ir ao tempo extra.

Prorrogação

O primeiro tempo complementar começou no mesmo ritmo do fim do primeiro tempo. Logo no primeiro minuto, Vinicius fez boa jogada pela esquerda e rolou para Benzema na entrada da área. Ele pegou de primeira e Ederson defendeu em dois tempos.

Aos 2 minutos, Camavinga disparou pela direita e deixou com Rodrygo. Ele cruzou rasteiro para trás encontrando o artilheiro Benzema. O francês tentou botar na frente e foi derrubado por Rúben Dias. Pênalti para os merengues. Na cobrança, o centroavante não perdoou. Bola num canto, goleiro no outro.

Como um rolo compressor, os espanhóis conseguiram a virada na marra. Atordoado, o City precisaria provar sua frieza e seu título de melhor futebol do planeta para, ao menos, fazer um gol e levar a disputa para os pênaltis. A atmosfera do Bernabéu era mais um obstáculo a ser superado.

O time de Pep Guardiola rondava a área à procura do gol salvador, mas não conseguia criar chances. Abalado pela virada relâmpago, o time parecia sem confiança e errava muito no último passe, facilitando os cortes do sistema defensivo dos comandados de Ancelotti.

Na última chance da primeira etapa, João Cancelo cruzou na área e Phil Foden desviou na gaveta, mas Courtois voou para salvar. No rebote, Fernandinho se jogou na bola, mas, sem goleiro, ele mandou para fora. O volante brasileiro se atirou e não conseguiu pegar em cheio.

O segundo tempo foi mais tenso e menos jogado. O Real catimbava para não deixar a bola rolar, enquanto o City não conseguia mais propor o jogo. A tática, segundo o próprio Guardiola na beira do campo, era jogar a bola na área e esperar por um milagre.

Final confirmada entre Real Madrid e Liverpool - dois dos três maiores vencedores da Liga dos Campeões. O duelo acontece no dia 28 de maio, no Stade de France, em Paris, às 16h. Os merengues perseguem seu 14º título, enquanto os Reds querem o seu sétimo caneco.

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